Mudar de país nunca é uma decisão fácil. Se você tem uma família constituída então, você já está pensando em mil coisas que envolveriam se mudar. Mudar para Portugal com a família não é fácil, mas não é impossível, e vai te dar um orgulho gigante quando você conquistar esse sonho.
Mudar de país nunca é uma decisão fácil, o “impulso“, a vontade, claro que aparece muito facilmente na nossa cabeça, mas colocar em prática não é bem assim. Se você tem uma família constituída então, você já está pensando em mil coisas que envolveriam se mudar. Não vou mentir, mudar para Portugal com a família não é fácil, mas não é impossível, e vai te dar um orgulho gigante quando você conquistar esse sonho.
Para quem conhece um pouco da minha história, sabe que eu mudei primeiro para a Irlanda com a minha esposa, e depois para Portugal, mas na época não éramos pais, e mesmo assim, eu tenho certeza que faltou muito planejamento.
Hoje, sendo pai e com alguns anos de experiência lidando com imigração, tenho diversos conselhos pra te dar, mas se tivesse que te dar um, só um pra você seguir seria: planejamento. Eu sei, parece clichê, mas eu vou te explicar passo a passo.
Se você não é bom planilhas, chegou a hora de mudar.
O que aconselho é fazer uma planilha com datas e quais ações você precisa tomar para que aconteça a tempo, além disso, ter uma previsão de custo de vida (vou explicar a seguir como fazer).
Comece pela data que você deseja mudar, por exemplo: 1/AGO. Pensando nessa data, vamos começar trabalhar o que tem que ser feito antes de mudar e qual a data ideal para fazer. Então, o processo de visto (se aplicável no seu caso), leva cerca de 90 dias para ser concluído, e vamos contar 30 dias de “folga“.
Isso significa que você tem que dar entrada no visto em 1/ABRIL pra dar tempo de tudo ficar pronto até JULHO e caso algo dê errado, ainda tem tempo de tentar resolver.
A mesma lógica se aplica para sair do trabalho, por exemplo, para avisar que vai sair da casa em caso de aluguel e etc ou alugar a sua casa própria. Assim, você terá um calendário do que é preciso fazer e em quais datas para dar tudo certo.
Esse costuma ser o “calcanhar de aquiles” dos brasileiros, e digo isso porque, se você falhar algo no calendário da mudança, ainda sim é possível resolver, mas se você falhar aqui, as chances de se complicar são grandes.
Como “cada caso é um caso“, não dá pra eu colocar aqui um valor que é preciso, por exemplo, então eu vou te ensinar como eu faria hoje. O primeiro passo é descobrir qual é o custo de vida do país/cidade que você pretende morar. Existem diversos posts aqui com esta informação ou você pode ver aqui como descobrir o custo de vida com ajuda de ferramentas colaborativas na internet.
Depois de saber o custo de vida, idealmente, você fará esse valor vezes 13, ou seja, suficiente para ficar 12 meses sem trabalhar e contando que o primeiro mês sempre gasta quase o dobro de um mês normal, terá muitas despesas não planejadas.
É claro que esse valor é alto, mas é para estar seguro, você pode querer arriscar e ter 6 meses garantidos, assim como se você for com trabalho garantido, 3 meses ou 4 estaria de bom tamanho. Aqui o bom senso e o quanto você gosta de segurança que vai determinar. Além deste valor, você tem que colocar na conta o custo da mudança, ou seja, passagens aéreas e etc.
Abra uma conta no exterior o quanto antes e comece a trocar dinheiro, todos os meses um pouco, assim você consegue uma média e não sofre tanto com a variação do câmbio.
Se você quer mudar para Portugal com a família, já deve ter pensando nas diferenças de criar os filhos no exterior, e talvez até seja dos principais motivos da sua mudança, então vou compartilhar um pouco da minha experiência de ter sido criado no Brasil e como é a criação de uma criança em Portugal.
De maneira geral, eu gosto muito da criação das crianças em Portugal, e comparado com o Brasil acho que a palavra-chave aqui é “acesso“. As crianças nascem “sem barreira“, ir para outro país é muito simples, na escola tem contato com estrangeiros, com outras línguas, têm acesso a culturas diferentes, enquanto nós raramente temos contato com estrangeiros.
Acho que o ambiente é mais igualitário, a maior parte das crianças vai para a escola pública e vai aprender a lidar com crianças de classes sociais diferentes (mesmo que aqui isso não seja um abismo como é no Brasil). Sinto que no Brasil tenho que isolar a minha filha em uma realidade que poucos têm para garantir um ambiente saudável.
A sensação de segurança é das coisas mais incríveis, demorei meses para não olhar para trás enquanto ando na rua, e saber que as crianças nunca nem vão entender o que isso significa tem um valor muito grande. Outra coisa que admiro na cultura portuguesa e que é incrível é como as tradições são mantidas e passadas de geração em geração sem tanta intervenção de outros países.
Um ponto muito interessante é que na Europa a relação trabalho e vida pessoal é muito respeitada e também favorecida porque o deslocamento (ir para casa e trabalho) é muito curto e temos a sensação de ter muito mais tempo para a família. De maneira geral, o que eu queria destacar é que sim, é possível criar uma criança no Brasil com muita segurança, saúde e educação, mas para isso é preciso muito dinheiro e mudar bastante a sua vida, enquanto em Portugal, essas coisas são direitos básicos garantidos.
Tudo funciona perfeito? Não e nunca vou poder esconder, existem problemas, mas não são estruturais como temos ainda no Brasil.
Bom, aqui acho que temos que dividir entre crianças que nasceram fora OU que se mudaram até os 3 anos de idade e crianças tiveram esta mudança depois dessa idade.
Neste caso, sinceramente, acho que não existem grandes complicações. Se nascido fora, vai sem dúvida “sofrer” com a falta de família. Minha filha, por exemplo, perguntava muito pelos avós no dia a dia, mesmo sem nunca ter convivido com eles e tendo-os muito presentes por FaceTime / WhatsApp, mas claro que não é a mesma coisa.
Esta é das dificuldades de se morar fora, faz parte das (difíceis) escolhas. No caso de crianças que se mudaram até os 3 anos, além da parte da família, caso o país fale outro idioma que não a sua língua materna, vai ter algum tempo de adaptação, mas é ultrapassado sem nenhum esforço.
Não foi o nosso caso, mas tive a felicidade de ter diversos amigos brasileiros que se mudaram para Portugal com a família com crianças e adolescentes de todas as idades e as dificuldades são sempre as mesmas (e fácil de compreender):
O que é o fator decisivo aqui é incluir as crianças na decisão, uma mudança onde eles claramente vão perder coisas (assim como nós), também é preciso ser aceito por eles e os fazer enxergar o que eles vão ganhar com isso.
Falar da segurança em Portugal, do tempo em família, da possibilidade de novas culturas e viagens, fazer uma boa faculdade, enfim. Só “comunicar” a mudança é um grande erro e é preciso pensar muito na parte psicológica das crianças, que a depender da idade, nem sequer está ainda completamente formada.
Esta dificuldade existe, mas com um sonho em comum na família pode ser sim superada.
Bom, que saudades é a palavra mais portuguesa de sempre, ninguém duvida, em uma palavra conseguimos expressar um sentimento complicado, que aparece de diversas formas, e você vai ter que aprender a lidar.
Mas eu não vou ter saudades desse país, desses problemas, do trânsito, do – qualquer coisa que passar na sua cabeça agora.
Sim, você vai. Eu fiquei anos sem voltar para o Brasil e quando pisei em São Paulo até o trânsito parecia incrível. Isso porque as coisas que você “odeia“, te atrapalham e deixam doente no dia a dia, mas à distância, como turista, é incrível de se ver.
Se com o que eu achava que era problema eu me senti assim, imagina das coisas boas. Família, feijoada, o churrasco com os amigos. Um “fenômeno” engraçado que acontece é, eu morava perto do meu primo e da minha vó e quase não os via, mas como podia a qualquer momento ir fazer uma visita, não sentia necessidade, mas quando estamos longe sentimos vontade de estar com estas pessoas.
Eu não estou te dizendo isso pra você não mudar, não, é apenas para você já saber que isso vai acontecer e ir pensando nestas coisas. Inclusive na frequência que você vai visitar o Brasil ou receber visitas em casa.
Essa parte é super importante, eu sei que eu falei que não fui ao Brasil por muitos anos, mas não foi uma escolha, eu não tinha dinheiro! Por isso que eu bato tanto na tecla do planejamento, se eu pudesse, teria ido duas vezes por ano ao Brasil, acho que é o ideal, mas não é fácil.
Não é fácil porque você não está de férias, vai ter suas tarefas do dia a dia, crianças na escola, trabalho e etc. Então o mais comum é uma vez por ano, e ao menos dá pra matar as saudades daqueles que não vão conseguir te visitar.
Se a sua família é financeiramente estável e pode te visitar, incentive-os, e quem sabe eles também não se apaixonam e passam a ter a família toda reunida do outro lado do oceano. Infelizmente não foi o nosso caso e tivemos que aprender a lidar com a falta de estrutura e apoio familiar.
Ary Ribeiro
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